O câncer relacionado ao trabalho ou ocupacional é uma doença proveniente da exposição do indivíduo a agentes carcinogênicos presentes no ambiente de trabalho. Nesse cenário, os sintomas costumam aparecer depois de anos de convívio com substâncias ou radiações que implicam risco à saúde, podendo surgir após a saída da pessoa do emprego ou numa condição de aposentadoria. Neste artigo, você conhecerá melhor sobre como prevenir o câncer ocupacional.
A estimativa mais recente da Organização Mundial de Saúde, indica o câncer laboral como responsável por cerca de 53% do total de mortes por doenças crônicas relacionadas ao trabalho em todo o mundo.
Por isso, desenvolver processos e medidas de segurança para resguardar o trabalhador da exposição a agentes cancerígenos precisa ser um compromisso das empresas, conforme as normas definidas por lei. Medidas simples podem auxiliar na prevenção do câncer ocupacional.
Contudo, especialistas no assunto acreditam que se a operadora de saúde do trabalhador oferecer planos corporativos, essa questão deve incorporar o leque estratégico de medicina preventiva desenvolvido conjuntamente com as empresas, bem como fazer parte das preocupações dos gestores.
Todavia, ainda que fora do contexto da saúde corporativa, os planos de saúde devem seguir atentos para a prevalência do câncer ocupacional, incluindo assim, o histórico ocupacional como um fator importante na análise do perfil epidemiológico, esclarecendo os riscos decorrentes da insegurança no ambiente de trabalho aos seus beneficiários.
Quais os cuidados das empresas na prevenção da doença?
É unânime entre os estudiosos do assunto que o câncer ocupacional poderia ser uma doença completamente evitável, caso as empresas tomassem medidas adequadas para evitar a exposição dos trabalhadores.
Mesmo assim, a identificação e o reconhecimento do risco ainda parecem ser etapas mais complicadas no processo de prevenção do câncer ocupacional.
Desse modo, apesar desta ser uma atribuição do empregador, as operadoras podem oferecer apoio às empresas na adoção de práticas de saúde e segurança no trabalho (SST) capazes de proteger seus funcionários.
Portanto, é fundamental orientar os profissionais que atuam na rede de atenção ao paciente oncológico para que investiguem o histórico ocupacional dos beneficiários com o objetivo de identificar possíveis associações entre o ambiente de trabalho e o câncer.
Assim, certos pacientes diagnosticados com câncer de pulmão, por exemplo, podem ter sido expostos a agentes cancerígenos ao longo da sua vida inteira de trabalho, mas começam a apresentar sintomas somente depois da aposentadoria.
Os cânceres causados pela exposição ao amianto, que geralmente levam em torno de 40 a 50 anos para se manifestarem são um forte exemplo dessa realidade. Nesses casos, ao identificar no histórico ocupacional um emprego na construção civil ou na fabricação de telhas e caixas d’água, os profissionais de saúde têm um alerta importante para começar um acompanhamento mais aprofundado no diagnóstico do paciente.
Ações práticas
O Ministério da Saúde recomenda que as ações de prevenção do câncer de origem ocupacional incluam:
- remoção da substância cancerígena do local de trabalho ou sua substituição por compostos mais seguros;
- controle da liberação para a atmosfera de substâncias cancerígenas resultantes de processos industriais;
- controle da exposição de cada trabalhador e o uso rigoroso dos equipamentos de proteção individual;
- boa ventilação do local de trabalho;
- conscientização dos trabalhadores a respeito dos riscos e cuidados que devem ser tomados ao se exporem a agentes potencialmente cancerígenos no local de trabalho;
- realização de exames periódicos em todos os trabalhadores expostos a esses agentes;
- proibição do fumo nos ambientes de trabalho;
- criação de programas de conscientização e prevenção.
Profissões em que o câncer ocupacional é mais recorrente
O risco de exposição a agentes cancerígenos é percebido nas mais diversas atividades ocupacionais. Por isso, na execução do trabalho, as empresas devem informar claramente sobre as condições adequadas de segurança aos funcionários e colaboradores, justamente para que possam cobrar a prática das medidas de segurança pela companhia. Ações bem direcionadas pelas organizações ajudam aos empregados a prevenir o câncer ocupacional.
Agricultores, operários da indústria química e da construção civil, funcionários de laboratórios e de empresas de mineração, além de trabalhadores da saúde que lidam com substâncias cancerígenas e equipamentos que emitem radiações estão na lista de trabalhadores mais expostos ao câncer ocupacional.
De acordo com os dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o público masculino é o mais afetado pelo câncer ocupacional. Segundo informações da própria entidade, os fatores relacionados ao local de trabalho são responsáveis por quase 11% dos casos de câncer em homens e pouco mais de 2% em mulheres. São 179 agentes cancerígenos e 38 tipos de câncer ocupacional em todo o mundo, desde quando iniciaram os estudos sobre a incidência de neoplasias ligadas às condições de trabalho (para conferir a lista com os tipos de câncer ocupacional mais comuns na população feminina e masculina, bem como os agentes químicos, físicos e biológicos que podem ser considerados fatores de risco, basta acessar o site do INCA).
Em contrapartida, a exposição dos agentes carcinógenos pode ocorrer através da inalação (vapores, névoas, poeiras), absorção pela pele (radiação ionizante, raios UV emitidos pelo sol, respingos, roupas de trabalho sujas) ou ingestão (comer com as mãos sujas, fumar ou respirar fumaça de cigarro no ambiente de trabalho). No entanto, dependendo do cenário, a natureza e o alcance das medidas preventivas necessárias podem variar.
Gostou deste artigo? Esperamos que você tenha conhecido um pouco mais sobre os cuidados para prevenir o câncer ocupacional.
Caso tenha interesse em conhecer melhor os serviços oferecidos pelo GBOT, entre em contato agora mesmo com o nosso time de especialistas: [email protected].