Muitos questionamentos rodeiam a vida de fumantes que adotam o cigarro como hábito. Algumas pessoas fumam vez ou outra e não são dependentes do tabaco. Outras, consomem muitos maços de cigarro por dia, mas não desenvolvem o câncer de pulmão, apesar da doença estar intimamente ligada a essa prática de uso. A resposta para essas perguntas pode estar associada a uma mutação genética capaz de elevar os riscos de tumor no pulmão em tabagistas. A descoberta foi realizada por três grupos de cientistas em estudos apartados. Neste artigo, você saberá o que dizem as pesquisas sobre alguns fumantes não desenvolverem o câncer de pulmão.

Os pesquisadores também perceberam que a quantidade de cigarros consumidos diariamente aumentaria as chances de mutação nas células, mas existe um limite: pessoas que passaram mais de 23 anos fumando um maço por dia. O estudo não identificou diferença entre os fumantes que consumiam mais do que essa quantidade de cigarros por mais tempo.

Fumantes que não desenvolvem o câncer de pulmão

Quem são os fumantes que não têm câncer de pulmão

As três equipes encontraram as mesmas diferenças genéticas na mesma área do genoma, o cromossomo 15, que contém receptores que reagem à nicotina. As alterações aumentam os riscos de câncer em fumantes, no entanto, os cientistas divergem no motivo disso acontecer.

O estudo mais robusto e bem estruturado, comandado por Kari Stefansson, da companhia deCODE Genetics, da Islândia, foi publicado na revista especializada “Nature”, em abril de 2008. Nele, os cientistas afirmam que o aumento no risco de câncer era indireto e ligado ao vício em cigarro. A alteração genética provocaria maior dependência e consumo de tabaco, o que, por consequência, levaria a uma maior chance de desenvolver o tumor.

Os resultados sugerem que esses pacientes têm genes reparadores de DNA mais ativos, evitando que as células se multipliquem de forma errada e formem tumores. O estudo analisou informações de 14 pessoas que nunca fumaram e 19 consideradas tabagistas leves, moderados e pesados. Os critérios de análise avaliados pelos cientistas justificam o não desenvolvimento do câncer em determinados grupos de fumantes, como consequência destes apresentarem células menos dispostas a sofrer mutações.

Leia mais: Câncer de Pulmão em não fumantes Fumantes têm 14% mais chances de ter câncer de pulmão do que os não-fumantes

O que dizem as pesquisas 

Os trabalhos publicados indicaram uma cópia do gene alterado aos fumantes, vinda de um dos pais. Este fator apresenta risco de câncer de pulmão acima de um terço do que o restante da população. O risco de quem recebe duas cópias do gene sobe para quase 80% a mais, se comparado ao da população em geral.

Ainda neste contexto, os cientistas salientam que os fumantes têm 14% mais chances de ter câncer de pulmão do que os não-fumantes, independentemente de qualquer variação genética. A descoberta dos genes não é uma liberação médica para o fumo. Nove de cada dez casos desse tipo de câncer estão ligados ao fumo.

Portanto, o risco de desenvolvimento do tumor não cresce com as alterações genéticas em não-fumantes. Contudo, os pesquisadores afirmam que um não-fumante sem as mutações pode desenvolver o câncer, mesmo o risco sendo baixo.

Os três estudos contribuem para a elucidação da ciência quanto ao vício do fumo, no sentido de compreender as razões que levam algumas pessoas a se viciarem facilmente, enquanto outras fumam ocasionalmente sem ficarem dependentes. A descoberta também pode ajudar a explicar por que alguns fumantes morrem cedo, enquanto outros vivem até cem anos.

Como solução das diferenças nos resultados obtidos, os três grupos concordaram em compartilhar seus dados. Com isso, esperam obter uma análise mais detalhada sobre fumantes que não desenvolvem o câncer de pulmão.

Gostou deste artigo? Esperamos que você tenha conhecido um pouco mais sobre o porquê alguns fumantes não têm câncer de pulmão. 

Caso tenha interesse em conhecer melhor os serviços oferecidos pelo GBOT, entre em contato agora mesmo com o nosso time de especialistas: contato@gbot.med.br.