Nos últimos anos, os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs), popularmente conhecidos como cigarros eletrônicos ou vapes, ganharam destaque, especialmente entre os jovens. A princípio, apesar de muitos acreditarem que esses dispositivos são uma alternativa segura ao tabaco convencional, a realidade é que eles são derivados do tabaco e estão intimamente ligados ao tabagismo, uma doença crônica causada pela dependência à nicotina. Entretanto, o uso de cigarros eletrônicos representa um risco crescente para a saúde pública, com particular ênfase no seu papel como um possível gatilho para o início precoce da asma.
O Cenário Legal dos Cigarros Eletrônicos e de Saúde Pública
No Brasil, a fabricação, importação, comercialização, distribuição, armazenamento e transporte de cigarros eletrônicos são proibidos, assim como a sua propaganda. Nesse sentido, em uma atualização realizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Resolução da Diretoria Colegiada RDC Nº 855 também proíbe o uso de dispositivos eletrônicos para fumar em ambientes coletivos fechados. Essas restrições refletem uma preocupação crescente com os efeitos adversos desses produtos na saúde pública.
Cigarros Eletrônicos como porta de entrada para o Tabagismo
Um alerta importante é que o uso de cigarros eletrônicos pode facilitar o consumo de outras formas de tabaco, aumentando o risco de dependência. Estudos mostram que adolescentes que experimentam vapes são mais propensos a usar cigarros tradicionais, levando a uma maior dependência de nicotina.
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EVALI: um problema respiratório emergente
Por outro lado, além do risco de dependência, o uso de cigarros eletrônicos está ligado à EVALI (Lesão Pulmonar Associada ao Uso de Cigarro Eletrônico), que causa sintomas respiratórios agudos como tosse, falta de ar e dor no peito, podendo levar à insuficiência respiratória e internação em UTIs. Todavia, o reconhecimento da EVALI como um problema emergente ilustra a gravidade dos riscos à saúde associados ao uso desses dispositivos.
Impactos na Saúde Respiratória para quem usa Cigarros Eletrônicos
Dessa forma, apesar da EVALI, a exposição à fumaça dos cigarros eletrônicos está relacionada a uma série de problemas respiratórios. O uso desses dispositivos pode irritar a mucosa nasal, causando rinite, tosse e agravando condições como asma e DPOC. Para quem já tem asma, a exposição à fumaça dos cigarros eletrônicos pode provocar crises asmáticas, dificultando o controle da doença.
O uso de cigarros eletrônicos representa um desafio importante para a saúde pública, especialmente entre os jovens. A crescente popularidade desses dispositivos e seu potencial de causar dependência de nicotina, além de agravar condições respiratórias, reforçam a urgência de intensificar campanhas de conscientização e fiscalizar as leis de proibição dos vapes. Assim, a sociedade deve se informar sobre os riscos dos cigarros eletrônicos e agir para proteger a saúde das futuras gerações. Em suma, é imprescindível promover um ambiente livre de fumaça e incentivar hábitos saudáveis, prevenindo assim o início precoce da asma e outras doenças respiratórias.
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