Melhorar a qualidade de vida dos indivíduos, através de práticas educativas em alimentação e nutrição é um dos principais desafios da reeducação alimentar como estratégia no tratamento do câncer, impactando diretamente na mudança do estilo de vida das pessoas e dos hábitos alimentares.

A dieta tem uma atuação importante na origem e prevenção de múltiplas doenças crônico-degenerativas, como doenças cardiovasculares ou câncer. Participantes de programas alimentares, que apresentam maior qualidade do plano alimentar com o consumo adequado de vegetais, frutas, laticínios, entre outros itens favoráveis à alimentação têm a probabilidade de evitar a doença, que está associada a outros fatores, a exemplo da predisposição genética.

A alimentação equilibrada pode gerar bons resultados ao paciente

Ingestão alimentar no tratamento do câncer

A ingestão adequada de alimentos é determinante para a qualidade da saúde dos indivíduos. Igualmente, a alimentação saudável é favorável ao tratamento de doenças, a exemplo do câncer.

O baixo consumo de carne vermelha e o aumento da ingestão de peixes repercutem na diminuição do risco da patologia, que também está associada aos maus hábitos alimentares.

No contexto da reeducação alimentar como estratégia no tratamento do câncer está o desequilíbrio alimentar, que consiste em:

  • elevado consumo de alimentos processados e/ou industrializados e alto teor de gorduras, saturadas e hidrogenadas;
  • açúcares com baixa ingestão de fibras, antioxidantes, vitaminas, ácidos graxos do tipo ômega 3. Essa junção pode ocasionar a gênese carcinogênica e prejudicar, consequentemente, a imunidade do organismo.

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A reeducação alimentar para prevenção da doença

A alimentação desempenha um papel importante na origem e prevenção de doenças como o câncer. Especialistas apontam alternativas capazes de melhorar a qualidade de vida e, da mesma forma, prevenir doenças como o câncer:

  1. uma reeducação alimentar com ingestão adequada de água;
  2. redução de alimentos industrializados, preferindo alimentos in natura ou minimamente processados;
  3. gestão do tempo para a refeição, assim como cozinhar e realizar refeições em ambientes tranquilos.

De antemão, a dieta dos países mediterrâneos – conhecida por proporcionar longevidade às populações da maioria dos países europeus delimitados pelo Mar Mediterrâneo – (Referência Trichopoulou, Kouris-Blazos, Wahlqvist, Gnardellis, Lagiou, Polychronopoulos, Vassilakou, Lipworth e Trichopoulos1 , 2 ) é favorável ao risco de câncer. A constatação é defendida por Cristina Bosetti, Cláudio Pelucchi e Carlos La Vecchia no artigo Dieta e câncer nos países mediterrâneos: carboidratos e gorduras. Os autores justificam o azeite de oliva como um indicador favorável, principalmente, de câncer do trato digestivo e respiratório superior.

Para essas neoplasias, o azeite é um fator relevante da dieta mediterrânea no risco de câncer. A análise é fundamentada em estudos multicêntricos da Associação Italiana para Pesquisa do Câncer e da Liga Italiana Contra o Câncer.

Reeducação alimentar com ingestão adequada de água

Dieta balanceada aliada ao tratamento do câncer 

O tratamento do câncer provoca inúmeros efeitos colaterais ao paciente, que pode sentir alívio ao adotar uma dieta balanceada.

O acompanhamento do profissional de nutrição é imprescindível, e, portanto, deve começar desde o diagnóstico, independente do tipo de tratamento. As consequências ocasionadas pela quimioterapia e radioterapia, muitas vezes, fazem com que o paciente diminua a ingestão de alimentos, o que pode acarretar em um quadro de desnutrição e, até mesmo, a interrupção do tratamento.

Definitivamente, é importante sinalizar que não existe “fórmula mágica” contra o câncer. Em síntese, indicar alimentos para a cura do câncer é falácia, mas é possível mensurar os bons resultados para a saúde que uma alimentação equilibrada pode gerar na vida do paciente acometido com a doença.