A princípio, o tratamento do câncer pode trazer uma série de desafios, incluindo a manifestação de sintomas neurológicos. Esses sintomas podem ser resultado do próprio câncer ou dos tratamentos utilizados, como quimioterapia, radioterapia e imunoterapia. Por isso, é essencial identificar e gerenciar esses sintomas precocemente para melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Neste artigo, elencaremos os sintomas neurológicos durante o tratamento de câncer e oferecemos orientações práticas para pacientes e cuidadores.

Terapias complementares, como fisioterapia, ajudam a gerir os sintomas durante o tratamento do câncer.

De antemão, os pacientes com câncer devem passar por uma avaliação neurológica, solicitada pelo oncologista, quando apresentarem sinais e sintomas que indiquem problemas no sistema nervoso, incluindo cérebro, medula e nervos.

No entanto, pacientes oncológicos podem ter doenças que não estão relacionadas ao câncer. Eles podem ser epilépticos e sofrer crises no hospital; podem ter derrames, conhecidos como AVCs (acidentes vasculares cerebrais), devido à pressão alta, doenças cardíacas ou diabetes; além de apresentar confusão mental, entre outras doenças e sintomas que precisam ser abordados pelo neurologista durante a internação.

Principais Sintomas Neurológicos

Neuropatia Periférica: Dormência, formigamento e dor nas extremidades são comuns, especialmente com quimioterapia. Esses sintomas ocorrem devido aos danos nos nervos periféricos causados por alguns agentes quimioterápicos.

Dores de Cabeça: Podem indicar tumores cerebrais ou efeitos colaterais dos tratamentos. A intensidade e a frequência das dores de cabeça devem ser monitoradas e relatadas ao médico, pois podem sinalizar complicações graves.

Confusão Mental e Perda de Memória: Conhecida como “chemobrain”, afeta a concentração e a memória. Pacientes podem sentir dificuldade em realizar tarefas cotidianas que exigem atenção e memória de curto prazo.

Convulsões: Movimentos descontrolados e perda de consciência podem ocorrer devido a tumores ou metástases cerebrais. Convulsões são emergências médicas que requerem intervenção imediata.

Problemas de Equilíbrio: Tontura e dificuldade para caminhar podem ser sinais de comprometimento neurológico. Logo, estes problemas podem aumentar o risco de quedas e ferimentos, sendo necessário um acompanhamento constante.

Relate qualquer sintoma ao seu médico. Em contrapartida, monitoramento regular e comunicação aberta são essenciais para administrar os sintomas neurológicos durante o tratamento do câncer.

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Estratégias para Identificar os Sintomas Neurológicos

Monitoramento Regular: Realizar check-ups neurológicos regulares pode ajudar no diagnóstico precoce de sintomas. Manter um diário dos sintomas para acompanhar a evolução e fornecer informações detalhadas aos médicos que acompanham seu tratamento.

Comunicação Aberta com a Equipe Médica: Informar imediatamente qualquer sintoma neurológico à equipe médica. Desse modo, participar ativamente das consultas, discutindo qualquer mudança no estado neurológico.

Testes Neurológicos: Exames de imagem, como ressonância magnética e tomografia computadorizada, podem ser usados para investigar causas subjacentes dos sintomas. Todavia, avaliações neurológicas detalhadas por um neurologista especializado são imprescindíveis.

Ajustes no Tratamento: Em alguns casos, os médicos podem precisar ajustar as doses de quimioterapia ou mudar os medicamentos utilizados. Em outras palavras, terapias complementares, como fisioterapia e terapia ocupacional, também ajudam a gerir os sintomas.

Importância do Suporte Psicológico

Os sintomas neurológicos podem ter um impacto significativo na saúde mental dos pacientes. Portanto, este recurso é essencial para ajudar a lidar com a ansiedade, depressão e outras questões emocionais que possam surgir. Por fim, a integração de cuidados psicológicos no plano de tratamento global pode promover uma melhor qualidade de vida a quem precisa lidar com a doença.

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Dessa forma, identificar os sintomas neurológicos durante o tratamento de câncer é crucial para a manutenção da qualidade de vida dos pacientes. Através de um monitoramento cuidadoso, comunicação aberta com a equipe médica e ajustes apropriados no tratamento, é possível minimizar os impactos desses sintomas. Em suma, o suporte psicológico e terapias complementares também desempenham um papel vital no amplo cuidado do paciente.

Assim, para obter mais informações sobre como lidar com os sintomas neurológicos durante o tratamento de câncer, consulte seu oncologista ou neurologista. Eles podem oferecer conselhos, orientações personalizadas e recursos adicionais para lhe ajudar a gerir esses desafios.