Em junho desse ano a empresa alemã BioNTech anunciou um novo tratamento baseado em imunoterapia com resultados promissores em pacientes portadores de várias neoplasias metastáticas, incluindo câncer de pulmão. A análise resultante do estudo inicial (estudo de fase 1 / estudo de fase 2), que buscou mensurar a segurança e a eficácia do medicamento gotistobarte, foi divulgada na Reunião da ASCO (Sociedade Americana de Oncologia Clínica).

Terapia para redução ou estabilidade do tumor metastático

O estudo citado contou com a participação de 27 pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas metastático. Esses voluntários receberam, ao menos, duas doses do novo medicamento. Esse grupo de pacientes já havia sido submetido a tratamento prévio com imunoterapia convencional e não respondeu bem ao tratamento utilizado. Mas, qual a real promessa que a nova terapia oferece aos pacientes?

Cerca de 30% dos pacientes apresentaram melhora significativa da doença, ou seja, redução das lesões metastáticas. Os outros 70% de pacientes apresentaram estabilidade do quadro, ou seja, mantiveram-se sem piora. O medicamento é visto pelos especialistas como sendo bem tolerado, respeitando os critérios de segurança oferecidos ao paciente usuário.

Apesar de bem tolerado, 30% dos pacientes tiveram eventos adversos relacionados ao sistema imunológico de graus 3 e 4. Entretanto, a BioNTech acredita que essa taxa seja inferior à observada em medicamentos similares utilizados neste cenário.

O que a ciência defende

O professor Özlem Türeci, diretor médico e cofundador da BioNTech, menciona que pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas metastático apresentam um prognóstico muito ruim após o tratamento padrão com uma taxa de sobrevida de cinco anos em muito baixa. Isto demonstra a necessidade importante de novos tratamentos desta natureza.

Os dados apresentados favorecem o potencial do BNT316/ONC-392 em prover uma abordagem inédita para avaliar o CTLA-4 como um alvo eficaz para agir em tumores avançados e de difícil tratamento, tornando o kit de ferramentas oncológicas ainda mais robusto.

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Ainda na perspectiva de Türeci, o propósito deste programa rumo à Fase 3, última etapa de testes clínicos que antecedem a aprovação por agências regulatórias de saúde é o desenvolvimento, com previsão de iniciar no terceiro trimestre desse ano. Ano passado, o medicamento da BioNTech recebeu a designação de desenvolvimento acelerado pela agência que regula medicamentos nos Estados Unidos (FDA).

Resultados prometidos com a nova terapia

A BioNTech e a OncoC4O desenvolveram o gotistobarte, um anticorpo anti-CTLA-4 de última geração.

O receptor de checkpoint imunológico CTLA-4 inibe a resposta imune das células T, amortizando sua atividade, o reconhecimento e a eliminação de células cancerígenas.

Como resultado disso está o bloqueio de CTLA-4, que preserva a atividade das células T e aumenta a atividade antitumoral. Preservar a função das células T imunossupressoras nos tecidos periféricos é uma das metas principais do gotistobarte. Os efeitos adversos são mínimos ao sistema imunológico de quem recebe o tratamento.

Fonte: com informações do portal O Globo

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