Muito se sabe a respeito do cigarro como o maior agente causador do câncer de pulmão, além de outros fatores de risco, como genética, obesidade, álcool em excesso e tabagismo passivo. Todavia, existem outros elementos que desempenham seu papel no desenvolvimento de um tumor. Nossa função é esclarecer da melhor maneira possível algumas das causas para a progressão do câncer de pulmão.

Do mesmo modo, é importante elucidar que enquanto os fatores de risco citados acima são factuais, os três que apresentaremos a seguir são considerados cenários que, quando isolados (sem vínculo com o tabaco), precisarão ainda de muitas pesquisas para confirmar se são causadores do câncer de pulmão. Entretanto, em circunstâncias de estudos realizados em fumantes, os resultados são claros.

O papel deste artigo é buscar a conscientização e prevenção, não apenas ao câncer de pulmão, mas a qualquer forma de acometimento dessa patologia.

1. Exposição a produtos Químicos

 

A exposição a produtos químicos e substâncias em locais de trabalho é um importante fator de risco para o câncer de pulmão, especialmente quando combinado com o tabagismo. Alguns desses elementos são: Formaldeído e Asbesto, Sílica e Cromo.

– Sílica Cristalina

É uma substância natural abundante, encontrada em pedras, solo e areia. Também está presente no concreto, tijolo, argamassa e outros materiais de construção. A Sílica Cristalina pode ser vista em várias formas, sendo o Quartzo o mais comum. Sua poeira pode ser absorvida durante a respiração.

A exposição de trabalhadores à Sílica Cristalina está associada a taxas elevadas de câncer de pulmão. O elo mais forte entre tumores malignos e humanos tem sido visto em estudos de pedreiras e locais de trabalho com granito, cerâmica, tijolos refratários, etc.

– Radiação

É um fator de risco para o desenvolvimento câncer de pulmão. Pessoas que fazem radioterapia no tórax, para enfermidades como a doença de Hodgkin (um tipo de linfoma), ou após uma Mastectomia para câncer de mama, têm risco aumentado de desenvolver um tumor no pulmão. O perigo é grande quando a radiação é recebida em idade jovem, podendo variar de acordo com a dose em questão.

A radiação é uma maneira pela qual a energia ou o calor se movimentam. Diferentes níveis de emissão de energia estão em toda parte. O sol, o solo, as rochas e até os animais podem emanar. Uma usina nuclear produz muita radiação – mas ela comumente é contida com segurança dentro do reator que, se estiver muito danificado, pode permitir o escapamento, tornando o local perigoso para o meio ambiente.

– Radiação danifica as células que compõem o corpo humano;
– Níveis baixos de exposição não chegam a ser perigosos, mas níveis médios podem causar doenças, dores de cabeça, vômitos e febre;
– Níveis elevados podem matar, causar danos aos órgãos internos;
– A exposição à radiação por um longo período pode causar câncer.

02. Excesso de Betacaroteno

A Provitamina é um pigmento vegetal que se converte intracelularmente nas formas ativas de vitamina A, que, por sua vez, é essencial para a função imunológica, sinalização celular, reprodução, visão e manutenção de muitos órgãos. Também está presente em suplementos alimentares.

Em geral, manter quantidades equilibradas de vitaminas em sua dieta pode reduzir o risco de câncer, enquanto a ingestão baixa demais ou em excesso pode aumentar as possibilidades de desenvolvimento dos tumores. Como cada corpo funciona de forma diferente do outro, o ideal para alcançar esse equilíbrio é consultar um nutricionista.
A suplementação que contém Betacaroteno pode aumentar o risco de câncer de pulmão em fumantes e pessoas expostas ao Amianto.

No estudo Alfa Tocoferol Betacaroteno corte Câncer (ATBC), realizado entre 1985 e 1988, foram atribuídos aleatoriamente a 29.133 fumantes do gênero masculino, com idades entre 50 e os 69 anos, receber betacaroteno (20 mg por dia), alfa-tocoferol (50 mg diariamente), ou placebo, em um acompanhamento médio de 6 anos.

Houve uma incidência significativamente maior de câncer de pulmão entre homens que receberam suplementação de Betacaroteno em comparação com placebo após 18 meses de intervenção. Essa associação tendia a ser mais forte entre homens que fumavam 20 ou mais cigarros por dia.

A Organização Cancer Council recomenda que as pessoas evitem tomar altas doses (> 18 mg) de suplementos de Betacaroteno, especialmente se forem fumantes.

03. Pneumonia

Episódios repetidos de pneumonia podem causar inflamações nos pulmões, fazendo com que as células cresçam de forma anormal. É preciso estar em dia com os exames preventivos, a fim de verificar a potencialidade do desenvolvimento de um tumor.

Os riscos de pneumonia recorrente são aumentados pelo histórico de asma, tabagismo, inspiração diária de substâncias tóxicas e outras doenças pulmonares. A falta de tratamento pode levar à inflamação e danos permanentes no órgão.

Prevenção

Se você tiver infecções no sistema respiratório, vá ao médico imediatamente e siga à risca o tratamento estabelecido. Além disso, é possível que esteroides sejam recomendados, com o objetivo de reduzir a inflamação nos pulmões: isso diminui o risco de desenvolvimento de tecido cicatricial.

Processo inverso

Se você tem câncer de pulmão, corre um risco maior de desenvolver pneumonia, patologia que normalmente é causada por infecções bacterianas e virais. Entretanto, se você tiver câncer, a pneumonia também pode ser causada por obstrução no pulmão devido ao tumor. Essa última afecção costuma ser muito grave e precisa ser tratada imediatamente.

Embora muitos estudos ainda precisem ser feitos a respeito dos fatores de risco que podem levar ao aparecimento de tumores, é fácil perceber algo em comum entre todos os tópicos: os agentes causadores estão sempre associados ao tabagismo, e este é o ponto mais importante a ser levado em consideração quando pensamos em prevenção.
Parar de fumar é a maneira mais eficaz de lutar contra o câncer de pulmão.