O câncer tem adoecido e, em alguns casos, ceifado a vida de milhões de pessoas ao redor do mundo. Com o avanço significativo da ciência, a descoberta de uma vacina para prevenir a doença pode ser uma realidade em breve. Mas como a medicina consegue chegar a tão perto de um tratamento para a enfermidade? Neste artigo, apresentaremos estudos analisados para que as vacinas contra o câncer sejam materializadas.

A pandemia de Covid revolucionou a produção de vacinas e, em tempo recorde, freou um dos vírus mais contagiosos e mortais do século.

Aliada no combate à Covid, a tecnologia despertou interesse dos pesquisadores em desenvolver vacinas eficazes e seguras contra doenças graves, a exemplo do câncer.

A empresa de biotecnologia alemã BioNTech vem planejando sua primeira vacina oncológica para tratar o câncer de pele, especificamente o melanoma até 2030.

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Vacina de mRNA e o câncer

A vacina BNT111 funciona como um poderoso incentivo para o organismo reconhecer marcadores genéticos do câncer e atacá-los como se fossem invasores. Essa foi a conclusão de pesquisadores da empresa alemã publicada na revista Science Translational Medicine, em 2021.

O sequenciamento genético do tumor e a identificação dos antígenos e marcadores específicos existentes no câncer que se pretende tratar, a exemplo das proteínas, estrutura o mRNA in vitro em laboratório – e é ele o principal componente da vacina, que apresenta a função de transferir informações para as células.

Portanto, quando esse mensageiro é entregue ao organismo com os detalhes do câncer, o sistema imune é estimulado, impulsionado a produzir anticorpos que identificam e atacam severamente apenas as células do tumor.

Vacinação e prevenção da doença

Um dos métodos mais amplamente discutidos para a prevenção e tratamento do câncer é a vacina. As vacinas contra o câncer são formuladas para prevenir o câncer antes que qualquer sintoma apareça. Por isso, precisam ser diferentes das que são formuladas para prevenção das doenças específicas.

Especialistas acreditam que os benefícios da vacina são inúmeros. A principal consiste em combater o câncer, sobretudo, sem prejudicar as outras células do organismo não relacionadas com a doença, promovendo bem-estar e qualidade de vida do paciente.

Todavia, as vacinas da BioNTech/Pfizer estão na segunda fase dos ensaios clínicos. Após isso, a empresa planejará o início da última etapa dos estudos para comprovar o resultado e a segurança do imunizante antes de lançar no mercado.

A vacina previne o câncer?

Pesquisadores defendem que a vacina não previne o câncer, mas trata a doença, quando é associada aos tratamentos imunoterápicos, age preventivamente.

Segundo os estudos publicados, a BioNTech afere o funcionamento da fórmula contra o câncer aliado ao medicamento imunoterápico Libtayo (composto pelo anticorpo cemiplimabe, que combate o câncer de pele). O estudo sobre a primeira fase do ensaio clínico da vacina, publicado na revista Nature em julho de 2020, aponta que a vacinação com a tecnologia de RNA é uma potente imunoterapia em pacientes com melanoma.

A propósito, a terapia com essas vacinas conseguiria tratar pacientes considerados terminais, cujo melanoma esteja avançado, especialmente, nos estágios 3 ou 4. O mesmo estudo apresentou 89 pacientes com melanoma acelerado, tratados com doses repetidas de vacina baseada em mRNA BNT111.