Engana-se quem acredita que o tabagismo atinge somente o pulmão. Fumar tem um amplo e importante impacto na saúde do coração. Então, se você deseja viver mais e melhor, abandone o cigarro. A relação entre o tabagismo e as doenças cardiovasculares é destruidora e muito nociva. Os danos sentidos na saúde de quem fuma podem ser irreversíveis, já que o cigarro acumula mais de 4.700 substâncias tóxicas extremamente prejudiciais ao corpo. Entender que o tabagismo vai muito além do pulmão é o que veremos no decorrer deste artigo.

Em contrapartida, o fumante não é o único prejudicado na história. Pessoas que não fumam, mas compartilham dos mesmos espaços com os adeptos do cigarro, estão sujeitas às mesmas doenças que os fumantes. Em outras palavras, os malefícios do fumo afetam também a quem convive com pessoas tabagistas e inalam as mesmas substâncias tóxicas que elas. Esse risco cresce se a convivência acontecer em ambientes fechados.

O tabagismo não está limitado ao pulmão, mas afeta outros órgãos

O tabagismo vai muito além do pulmão, pois ajuda no desenvolvimento dos cânceres de boca, laringe, faringe, esôfago, estômago, bexiga urinária, pâncreas, fígado, colo uterino, cólon e reto. As estatísticas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) demonstram que o cigarro assume o ranking de 30% a 45% de todas as mortes por câncer.

Vale ressaltar que o tabagismo é responsável por 85% das mortes por cânceres de cabeça e pescoço e 90% das mortes por câncer de pulmão. Para além da doença pulmonar, do acidente vascular cerebral, outras enfermidades são ocasionadas pelo cigarro, a exemplos das dificuldades na gravidez, aneurisma arterial, trombose vascular, feridas no aparelho digestivo e a incapacidade do homem alcançar ou manter uma ereção suficiente na hora da relação sexual.

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De acordo com informações do Hospital do Coração (HCor), o consumo do tabaco está diretamente associado a 30% dos óbitos por câncer (com mais de 90% deles relacionados ao de pulmão), 25% dos casos de infarto agudo do miocárdio e quase metade dos derrames cerebrais. Além disso, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabagismo é protagonista de morte evitável no mundo.

Nesse sentido, como a dinâmica de fumar é puxar e soltar a fumaça pelas vias aéreas, o pulmão configura o principal órgão afetado pelo fumo. Entretanto, o nosso organismo é absolutamente interligado e, por isso, os malefícios não se limitam ao aparelho respiratório. Eles alcançam essa região e comprometem diferentes partes do corpo, a exemplo do coração.

Ação danosa do cigarro no organismo

Todavia, o fumante precisa lidar com alguns resultados provocados pelas milhares de substâncias que causam dependência em seu organismo, tais como: estreitamento das artérias, inflamação e surgimento das placas de ateroma – nome atribuído a presença de gordura -, cálcio e inflamação nas artérias, situações já comprovadas pela medicina. Essa avalanche de prejuízos repercute no corpo de quem tem o cigarro como “objeto de estimação” e não consegue parar de fumar.

No entanto, os efeitos danosos provocados pelo cigarro sobre a pressão arterial, vasos sanguíneos, artérias coronárias e artérias cerebrais são devastadores. Como prova disso está o crescimento de incidências dos derrames cerebrais (AVC), infarto e desenvolvimento da hipertensão em fumantes. Com o uso contínuo do cigarro, a condição de quem fuma se torna ainda mais séria, sobretudo quando apresenta comorbidades.

Estudos científicos atestam que a maioria dos pacientes tabagistas tem hipertensão arterial, diabetes mellitus e dislipidemias, que são os altos níveis elevados de gorduras no sangue. As combinações arriscadas multiplicam o efeito do cigarro na inflamação, no estreitamento e na obstrução dos vasos sanguíneos e atuam potencialmente na evolução de quadros de infarto, derrame, angina (dor no peito estimulada pela diminuição do fluxo de sangue no coração), câncer e morte súbita.