O câncer de pulmão é o segundo mais frequente em homens e mulheres e está associado ao consumo de tabaco em aproximadamente 85% dos casos brasileiros. Fumar nunca foi um bom negócio para a saúde. Nesse sentido, vale lembrar que o cigarro é o principal fator de risco da doença, embora a enfermidade não acometa absolutamente fumantes ou ex-fumantes. Mas, quais os efeitos provocados pelo câncer de pulmão em fumantes? É o que descobriremos ao longo deste artigo.

A princípio, quando o assunto é câncer de pulmão falamos sobre um conjunto de tumores malignos, primários do pulmão, que alcançam homens e mulheres, independentemente de serem fumantes ou não. Essa afirmativa é do oncologista e membro do comitê científico do Instituto Lado a Lado pela Vida (LAL), Igor Morbeck. Nesse contexto, seja charuto, cachimbo, cigarro, cigarro de palha ou outra forma de inalar o tabaco, ocasiona potencialmente o risco de causar câncer. Isso porque a folha do tabaco contém inúmeros derivados cancerígenos, que ao serem queimados, provocam sérias lesões das células, desenvolvendo o câncer.

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Quais os efeitos do câncer de pulmão em fumantes?

Existe um leque de agentes que acelera o risco de desenvolver a doença, a exemplos da exposição à agentes químicos ou físicos, fumaças tóxicas, urânio e gás radônio. Todavia, esses fatores que influenciam os casos de câncer não são os únicos, se considerarmos os genéticos e histórico familiar da doença também são responsáveis pelos diagnósticos.

Em contrapartida, o câncer de pulmão manifestado em fumantes é oposto ao dos não fumantes. Essa avaliação, defendida pelo oncologista e presidente do Instituto Oncoclínicas, Carlos Gil Ferreira, sinaliza que as alterações moleculares produzidas pelo cigarro possibilitam maior instabilidade e agressividade do tumor, incluindo as muitas mutações. O médico acredita que o fumante propenso a desenvolver o câncer de pulmão tende a ser um paciente mais idoso e acompanhado de outras comorbidades, considerando a ação destruidora do tabaco no organismo, tais como: doenças cardiovasculares e demais alterações que, isoladamente, elevam as chances de óbito.

Dessa forma, fumantes que apresentam rotineiramente sintomas como tosse crônica acompanhada da falta de ar ou persistência dos sintomas respiratórios podem acender um alerta para o câncer. De antemão, o surgimento dos sintomas respiratórios não característicos de outras doenças do sistema deve ser investigado em indivíduos não fumantes, tais como: tosse, falta de ar, emagrecimento, dores no peito e rouquidão que apontam para sinais da doença.

Diagnóstico precoce favorece tratamento do câncer de pulmão

Fumantes que apresentam rotineiramente sintomas como tosse crônica acompanhada da falta de ar ou persistência dos sintomas respiratórios podem acender um alerta para o câncer.

O diagnóstico precoce nunca salvou tantas vidas do câncer como antes. Ainda que ninguém esteja livre da morte, já que essa é uma realidade que acomete a todos, a descoberta antecipada da doença aumenta as chances de sucesso no tratamento do câncer de pulmão. Em outras palavras, os tumores pulmonares costumam apresentar sintomas ou sinais em estágios mais avançados, dificultando a detecção prévia. Por isso, o recomendado pelos oncologistas torácicos aos fumantes é a realização de tomografias anualmente.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), somente 16% dos tumores de pulmão são diagnosticados em estágio inicial, quando ainda são um câncer localizado. Quando identificados, geralmente, conseguem ser retirados por cirurgia.

A problemática que envolve a doença também consiste na falta de rastreamento do câncer de pulmão como prática regulamentada nos sistemas de saúde brasileiros, como acontece nos casos de câncer de mama com a mamografia. A recomendação da tomografia de tórax anual pela medicina é restrita aos pacientes de risco, assegurando um diagnóstico precoce e tratamento mais direto. No contraponto, com o avanço da doença, passa a ser necessária a combinação de tratamentos como a quimioterapia, radioterapia ou imunoterapia.

Nesse ínterim, é fundamental que o oncologista torácico saiba identificar rapidamente o perfil molecular do tumor para determinar o tratamento mais adequado ao paciente. Atualmente, sobretudo, em pessoas que não fumam, os pacientes são assistidos conforme o tipo de mutação que o tumor demonstra.

Sinais de alerta para o câncer de pulmão

1. Tabagismo;

2. Exposição ao tabagismo, ou seja, pessoas próximas a fumantes;

3. Exposição a agentes químicos ou físicos, como urânio, gás radônio, cromo;

4. Fatores genéticos ou histórico familiar de câncer de pulmão;

O câncer de pulmão de não pequenas células são tumores associados a cerca de 85% dos casos e costumam ser identificados em fumantes e não fumantes. Já o de pequenas células, são mais agressivos e de rápida disseminação, correspondentes a 15% dos casos. Em suma, sem exceção, os casos estão relacionados ao tabagismo.

Desse modo, se você conhece alguém que apresenta tosse persistente ou com sangue, dor no peito, rouquidão, piora da falta de ar, emagrecimento e perda de apetite, cansaço e fraqueza oriente a essa pessoa a procurar um especialista em pulmão. A maioria dos cânceres de pulmão não apresenta sintomas até que assuma estágios mais avançados da doença.

** informações extraídas e adaptadas do São Paulo Agora