Neste momento complicado em que o paciente se encontra, os familiares têm papel fundamental de ajudar adaptar o lar às suas necessidades, assim como auxiliá-lo em sua nova rotina.

Alimentação

Uma boa nutrição é muito importante durante a quimio ou radioterapia. Alimentar-se adequadamente durante o tratamento pode melhorar até a eficácia da sua medicação contra o câncer, gerando melhores resultados.

A desnutrição é um problema comum nos pacientes acometidos por tumores malignos, podendo acontecer com qualquer um. Essa condição costuma gerar, como consequência, resultados negativos e atrasos no tratamento.

Para evitar a desnutrição, faça pelo menos três refeições por dia, além de lanches leves. Certifique-se de incluir todos os grupos alimentares. Lembre-se de ingerir proteínas em cada refeição: frango, peixe, peru, feijão e lentilha, e sementes, dentre outros.

Água, água e água: o paciente deve manter a hidratação

Desidratação e desnutrição durante o tratamento podem levar a resultados negativos, já que tornam mais difícil para o corpo reconstruir células saudáveis entre os ciclos da quimioterapia. Esses fatores podem levar a atrasos nos cronogramas do tratamento, além de retardar os resultados bem-sucedidos.

O corpo usa calorias e proteínas como combustível para apoiar órgãos saudáveis e reparar a musculatura. Seu organismo precisa de mais calorias durante o tratamento, pois, quando são adquiridas através de fontes saudáveis, podem ajudar a curar tecidos e combater infecções durante o processo.

Se o apetite do paciente é ok e ele está mantendo seu peso, é uma boa ideia ter uma dieta balanceada e incluir uma variedade de alimentos saudáveis.

Atividades físicas

Os exercícios são importantes para pacientes com câncer, muito embora poucos estudos analisaram a praticidade dos programas de atividades, ou se até mesmo um treino mínimo pode ajudar. Essas atividades podem reduzir a fadiga relacionada ao câncer, melhoram o sono, fornecem sensação de bem-estar e até mesmo podem reduzir a recorrência de certos tipos de tumor.

Enquanto a maioria dos oncologistas concorda que as atividades físicas são importantes para pacientes com câncer, os métodos genéricos bolados para essa população não atendem à necessidade de executar exercícios personalizados.

Uma equipe interdisciplinar de pesquisadores da Mayo Clinic desenvolveu um regime de exercícios em casa, envolvendo um programa de caminhada baseado em uma série de movimentos suaves de resistência que podem ser feitos em pé ou sentados. O treino leva apenas alguns minutos por dia, com custo mínimo para os pacientes.

Foi realizado um estudo randomizado e controlado, usando 66 adultos com câncer colorretal ou de pulmão em estágio IV. Os pesquisadores descobriram que pacientes que se exercitaram pelo menos quatro vezes por semana durante dois meses apresentaram melhor mobilidade, menos fadiga e dormiram com mais qualidade do que aqueles que não praticaram atividades físicas.

Suporte emocional: grupos de apoio

Assim como as pessoas diagnosticadas com câncer, seus familiares podem se sentir culpados pelas respostas emocionais à doença. Eles podem se pressionar para manter uma “boa atitude” em todos os momentos, o que é irrealista. Essa sensação pode vir de dentro de si, de outras pessoas ou ambos.

Tristeza, depressão, culpa, medo e ansiedade são partes do aprendizado para lidar com grandes mudanças na vida. Tentar ignorar esses sentimentos ou não falar com os outros sobre eles pode fazer com que o paciente com câncer sinta-se solitário. Além disso, pode piorar a dor emocional.

Ainda nesta mesma linha de pensamento, muitos se apegam na crença de que o poder da mente pode controlar doenças graves. Essa é uma ideia reconfortante que pode fazer com que o paciente se sinta mais seguro. Se fosse verdade, seria possível usar a mente para impedir o crescimento de tumores. O lado negativo dessa fé é que, quando as pessoas com câncer não melhoram tão rápido quanto gostariam, ou não conseguem permanecer 100% positivas, acabam por se culpar.

A psicoterapia pode ajudar os pacientes a viver por mais tempo?
Recorrentes pesquisas na área de terapia, redução do estresse, e câncer, chegaram em resultados mistos, fator que pode confundir o investigador responsável por esses estudos.

Segundo experiência científica realizada em 1989, por David Spiegel, presidente associado de psiquiatria na Universidade de Stanford e especialista na área, existe um vínculo entre a sobrevivência de pacientes com câncer e a participação deles em grupos de apoio. Entretanto, outros pesquisadores que fizeram o mesmo tipo de estudo não tiveram desfechos iguais.

Uma revisão da pesquisa, realizada em 2004, reuniu resultados de outras experiências com pacientes que faziam psicoterapia. Com mais de 1.000 pessoas na fase dos resultados finais, nenhum efeito concreto foi encontrado.

Finalmente, o próprio Spiegel tentou repetir o estudo de 1989 com novas pessoas em 2007, para ver se o resultado seria o mesmo do anterior: esta última análise relatou melhor qualidade de vida entre aqueles que participaram do grupo.

Nas últimas décadas, as pesquisas mostraram que os pacientes mais informados sobre o câncer em um ambiente de grupo de apoio, pode ajudar a reduzir a tensão, ansiedade e fadiga, além de reduzir o risco de desenvolvimento da depressão.

Parece evidente que os grupos de apoio podem afetar a qualidade de vida dos indivíduos com câncer, mas as evidências científicas disponíveis não apoiam a ideia de que outras formas de terapia de saúde mental possam ajudar os pacientes a viver mais.