A princípio, o número de mulheres fumantes na gravidez tem aumentado no Brasil, despertando alerta entre especialistas e profissionais de saúde. Dessa forma, dados recentes mostram que o tabagismo entre gestantes, que em 2013 representava metade do índice entre mulheres não grávidas, superou esse grupo em 2019 (8,5% contra 8,4%). A pesquisa, conduzida pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) e divulgada no Dia Nacional de Combate ao Fumo (em agosto de 2024), reforça a gravidade desse cenário e a necessidade de intervenções mais efetivas para proteger a saúde das gestantes e de seus bebês.
Saiba mais – Cresce número de gestantes que fumam no Brasil.
Riscos do tabagismo para mulheres que fumam na gravidez
Fumar durante a gravidez traz sérios riscos à saúde da mãe e do bebê. As substâncias presentes no cigarro, como a nicotina e o monóxido de carbono, podem causar uma série de complicações, como:
- Abortamento espontâneo: o uso de tabaco aumenta o risco de perda gestacional.
- Malformações fetais: fumar pode prejudicar o desenvolvimento de órgãos e sistemas do bebê.
- Baixo peso ao nascer: bebês de mães fumantes tendem a ter um peso inferior ao normal, o que aumenta a probabilidade de complicações no nascimento.
- Restrição de crescimento fetal: o cigarro pode comprometer o desenvolvimento adequado do feto.
- Danos cognitivos: estudos apontam que crianças de mães fumantes apresentam um risco maior de deficiência cognitiva e de aprendizado.
Além disso, o tabagismo na gravidez também está relacionado a problemas de saúde para as mães, como o aumento de sangramentos durante o parto e dificuldades na amamentação.
Gravidez: influência do cigarro eletrônico para mulheres fumantes
Em contrapartida, outro aspecto relevante é o uso crescente de cigarros eletrônicos durante a gravidez, impulsionado pela percepção errônea de que são menos prejudiciais do que os tradicionais. Todavia, apesar de serem proibidos no Brasil, muitos dispositivos são contrabandeados, expondo ainda mais gestantes aos riscos do tabagismo. Desse modo, a falta de regulamentação e a promoção desses produtos contribuem para o aumento do consumo entre as mulheres grávidas, sem uma conscientização adequada sobre os efeitos negativos causados a quem usa.
Estratégias de Prevenção
É essencial que os profissionais de saúde adotem uma abordagem proativa para combater o tabagismo entre gestantes. As estratégias incluem:
1.Mulheres grávidas que fumam devem ser orientadas a buscar ajuda para cessar o hábito assim que souberem da gestação.
2.Equipes médicas devem fornecer suporte emocional e psicológico, além de tratamentos eficazes para deixar de fumar.
3.Aumento das campanhas educativas que abordem os riscos do tabagismo durante a gravidez e os benefícios da cessação precoce.
4.Investir em programas de apoio à fumante pode ajudar a reduzir as complicações relacionadas ao fumo durante a gestação, sobretudo, melhorando a saúde das mães e dos bebês.
Veja mais – Programas de assistência para pacientes com câncer de pulmão.
Em suma, o crescimento do número de mulheres que fumam durante a gravidez exige atenção urgente do Sistema de Saúde e da sociedade. As consequências para a saúde materna e fetal são graves, exigindo estratégias preventivas e educativas que protejam gestantes e bebês. Então, priorizar a conscientização sobre os riscos do fumo, incluindo cigarros eletrônicos, é essencial para garantir um futuro mais saudável às famílias.