A incidência de câncer está aumentando no Brasil, algo relacionado ao envelhecimento da população e à melhora dos métodos de diagnóstico e tratamento de diversas doenças. Doenças infecciosas e cardiovasculares se tornaram tratáveis, abrindo espaço para que pessoas que eventualmente morriam de outras causas, possam ser diagnosticadas com câncer. Com o objetivo de melhorar o atendimento oncológico é necessário expandir e aprimorar os serviços de assistência oferecidos às pessoas com câncer. Neste artigo, abordaremos como a expansão dos serviços de atendimento oncológico pode melhorar a qualidade de vida das pessoas com câncer no país.

De antemão, a expansão da assistência oncológica no Brasil está diretamente ligada à qualidade e a quantidade dos serviços oferecidos aos pacientes com câncer. Um plano adequado de expansão deve incluir: aumento do número de unidades de saúde e hospitais oncológicos, melhoria da infraestrutura existente, maior quantidade de profissionais da saúde especializados, desenvolvimento de programas preventivos, intensificação da pesquisa e investimento em tecnologia de ponta.

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Tratamentos oncológicos 

Nesse sentido, a acessibilidade aos tratamentos adequados é essencial para a sobrevivência dos pacientes oncológicos. Para isso, têm sido desenvolvidas políticas públicas para garantir o ingresso aos tratamentos modernos e seguros. Além disso, a expansão da assistência oncológica deve ter como objetivo assegurar a equidade no acesso aos serviços, possibilitando que a população com menos recursos possa usufruir de tratamentos de qualidade.

Outra questão importante na expansão do atendimento oncológico é o financiamento dos serviços. Uma alternativa de melhorar esse financiamento é ampliar os investimentos do Estado no setor. Para isso, é fundamental criar condições favoráveis para a captação de recursos privados, como financiamentos e doações para a área da saúde.

Expansão do atendimento oncológico

Em 2000, o Ministério da Saúde implantou o Projeto de Expansão da Assistência Oncológica (Projeto Expande). Coordenado pelo Instituto Nacional de Câncer, esse projeto busca a ampliação do acesso ao tratamento do câncer no Brasil, considerando a missão de amortizar as desigualdades regionais na hora de disponibilizar assistência oncológica à população brasileira através do Sistema Único de Saúde (SUS).

Dessa forma, o Projeto Expande estabeleceu um padrão na assistência oncológica para consolidar o modelo de atenção integral ao paciente de câncer, viabilizando serviços que concentrassem numa mesma estrutura organizacional as modalidades terapêuticas essenciais ao tratamento da doença, tais como: cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Contudo, aconselhou o crescimento da rede assistencial por intermédio de critérios epidemiológicos, impulsionando a organização de redes assistenciais hierarquizadas e regionalizadas interligadas aos gestores do SUS.

Infelizmente, a discriminação e a desigualdade ainda são problemas no atendimento oncológico. Muitas vezes, os pacientes são vítimas de preconceitos, seja na própria unidade de saúde ou fora dela. Para combater esse problema, é necessário investir na conscientização dos profissionais de saúde, na criação de normas de conduta e na punição de todos os casos de discriminação.

Em síntese, fortalecer o modelo de atenção integral ao paciente de câncer é, indubitavelmente, uma das vias mais eficientes para a população ter acesso a um atendimento com mais qualidade, equidade e humanização, no intuito de melhorar consideravelmente a sobrevida das pessoas com esta doença.