É cada vez mais comum o diagnóstico de câncer em pessoas com mais de 60 anos. Essa estatística acelerada, em razão das peculiaridades dos pacientes idosos, direciona o atendimento para a oncogeriatria, que oferece cuidado e tratamento multidisciplinar ao idoso com câncer. A oncogeriatria, que não é uma especialidade médica, estabelece conjuntamente com o paciente e sua família, através da avaliação geriátrica ampla, o melhor tratamento ao idoso com a doença.

Com o passar dos anos, a medicina tem investido significativamente em recursos tecnológicos de última geração para oferecer o melhor tratamento aos pacientes oncológicos. Nesse contexto, muitas clínicas especializadas neste segmento de saúde desenvolvem uma estrutura de atendimento multidisciplinar oncológico, com uma equipe mais acolhedora e capacitada para trabalhar o câncer em idosos. A consulta é realizada pelo oncologista e geriatra que mapeiam e estabelecem estratégias terapêuticas para conduzir individualmente os casos.

Dessa forma, aspectos nutricionais, problemas de memória, mudanças de humor, polifarmácia para verificar as medicações utilizadas por ele, bem como os riscos de interação, teste de equilíbrio, doenças pré-existentes e atividades do dia a dia como cuidados pessoais e realização de atividades sem o auxílio de familiares são consideradas na avaliação da oncogeriatria. A partir dessa análise, o idoso receberá a conduta apropriada para tratar a sua condição.

Idosos x Câncer

Por outro lado, a ciência indica que, após o diagnóstico, a expectativa de vida do idoso aumentou e a descoberta de novos medicamentos favorecem o bem-estar dos pacientes. No entanto, ainda que a medicina tenha dado passos largos e evoluído bastante, a doença ainda representa uma “caixinha de surpresas” para a área médica. Por isso, a prevenção e o diagnóstico precoces das neoplasias auxiliam consideravelmente no combate ao câncer.

Entretanto, os resultados dessa avaliação alinhados ao trabalho da equipe multidisciplinar: nutricionista, fisioterapeuta, farmacêutico, psicólogo, oncologista e geriatra avaliarão se o paciente idoso está em boas condições clínicas e físicas para seguir o tratamento quimioterápico.

De antemão, a longevidade acende o alerta para tradicionais problemas de saúde decorrentes da idade, sobretudo, o câncer. Paralelo ao crescimento da população idosa no Brasil, a doença assume a segunda posição da causa de morte entre essa faixa etária.

Oncogeriatria na prevenção do câncer

Portanto, é fundamental o acompanhamento geriátrico constante para prevenção de enfermidades e, em caso positivo ao câncer, a medicina conta com as novas técnicas cirúrgicas e as drogas modernas, a fim de, promover maior qualidade de vida e tratamento adequado aos pacientes. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que o número de pessoas acima de 60 anos até 2050 alcance a casa dos dois bilhões. Esse volume aponta para um quinto da população mundial de idosos nos próximos anos.

Outro aspecto em pauta é sobre a necessidade do idoso com câncer ter a garantia de um tratamento digno, seguro e personalizado para a manutenção de sua qualidade de vida. O idoso com câncer necessita receber a melhor assistência para assegurar sua qualidade de vida em detrimento da doença. E, para isso, as vantagens da oncogeriatria estão em tratar com particularidade o tratamento do idoso com câncer e melhorar a qualidade de vida e bem-estar desse paciente. Simultaneamente, há também uma equipe dedicada ao combate à dor e cuidados paliativos, que realiza os preceitos basilares de um atendimento humanizado nas diferentes fases do tratamento.

Segundo informações publicadas pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), a chance desse paciente desenvolver algum tipo de câncer na velhice é 11 vezes maior, se comparada a população mais jovem. Os maus hábitos praticados no decorrer da vida, a exemplo do sedentarismo, consumo de álcool e cigarro e uma alimentação com poucos nutrientes, lideram a relação de causas da doença. Por esse motivo, o acompanhamento dos profissionais da oncogeriatria faz toda a diferença na hora de identificar rápida e precocemente a doença e as terapias aplicadas a cada pessoa, especialmente na assistência oferecida ao idoso em diferentes frentes, com indicações complementares de nutricionistas, psicólogos, fisioterapeutas.