A cura do câncer é uma vitória para quem enfrenta a doença, independentemente da idade, mas para crianças e adolescentes, o enfrentamento dessa enfermidade é um desafio excepcional. Enquanto muitas dessas jovens vidas conseguem superar o câncer há o risco frequente de desenvolver distúrbios psicológicos após a recuperação. Neste artigo, explicaremos o porquê de crianças e adolescentes que sobrevivem ao câncer enfrentam esse risco e como cuidadores, pais e profissionais de saúde podem ajudar a mitigá-lo.

Sobreviventes do Câncer na infância e adolescência e riscos psicológicos 

O diagnóstico de câncer em crianças e adolescentes é uma experiência emocionalmente avassaladora para todas as pessoas envolvidas neste processo. Dessa forma, a batalha contra o câncer nessa fase da vida compreende tratamentos invasivos, como quimioterapia e radioterapia, que podem causar efeitos colaterais graves. No entanto, com os avanços na medicina, as taxas de sobrevivência têm aumentado consideravelmente.

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Tipos comuns de distúrbios psicológicos em sobreviventes do câncer

Apesar da cura, muitos sobreviventes jovens enfrentam desafios psicológicos singulares. Nesse sentido, alguns dos fatores que contribuem para o aumento do risco de distúrbios psicológicos em crianças e adolescentes que sobrevivem ao câncer incluem:

  1. Trauma da Experiência

O processo de diagnóstico e tratamento do câncer é altamente estressante e traumático. As crianças podem enfrentar medo, ansiedade e até mesmo sintomas de estresse pós-traumático.

  1. Efeitos Colaterais dos Tratamentos

Os tratamentos intensivos de quimioterapia e radioterapia podem causar efeitos colaterais que afetam a saúde mental. Portanto, mudanças na aparência física, fadiga e dificuldades cognitivas podem afetar a autoestima e o bem-estar emocional.

  1. Isolamento Social

Devido à natureza da doença e do tratamento, crianças e adolescentes com câncer muitas vezes enfrentam períodos de isolamento social, o que pode levar à solidão e depressão.

  1. Preocupações Futuras

O medo da recorrência do câncer e preocupações sobre seu impacto nas futuras relações, educação e carreira podem ser fontes de ansiedade constante para os jovens pacientes.

É fundamental que cuidadores, pais e profissionais de saúde estejam cientes desses riscos e trabalhem em conjunto para amenizá-los. Algumas estratégias são:

  1. Acesso à Saúde Mental

Garantir que as crianças e adolescentes tenham acesso a profissionais de saúde mental treinados pode ajudar a lidar com os desafios emocionais.

  1. Apoio da Família

O apoio emocional da família desempenha um papel imprescindível. Entretanto, comunicar-se abertamente sobre as preocupações e sentimentos e estar presente emocionalmente é essencial.

  1. Grupos de Apoio

Engajar-se em grupos de apoio pode oferecer um profundo senso de pertencimento e empatia, nutrindo uma conexão genuína entre os participantes.

  1. Educação e Conscientização

Educar os pacientes sobre os desafios emocionais que podem enfrentar e como procurar ajuda é crucial.

Em síntese, o risco aumentado de distúrbios psicológicos é uma realidade que não pode ser ignorada. É essencial reconhecer que, para crianças e adolescentes sobreviventes de câncer, o caminho para a recuperação completa não se limita ao tratamento da doença. Contudo, a conscientização pública sobre essas questões, juntamente com um sistema de apoio emocional sólido e o acesso fácil a cuidados de saúde mental, são componentes importantes para auxiliar jovens guerreiros a não apenas superar as sequelas psicológicas, mas também a viver melhor após o difícil caminho do tratamento contra o câncer.

Por isso, é fundamental que haja uma atenção especial a essa parcela da população, visando não apenas à sobrevivência física, mas também à promoção de um bem-estar psicológico duradouro. Todavia, com o apoio adequado e a conscientização sobre os desafios que enfrentam, as crianças e adolescentes podem não apenas enfrentar seus medos, mas também construir vidas repletas de esperança e resiliência.

Afinal, a vida sempre apresentará um recomeço.