Autores: On behalf of the International Association for the Study of Lung Cancer Staging and Prognostic Factors Committee, Advisory Board Members, and Participating Institutions

1) Hisao Asamura, Kari Chansky, John Crowley et al.

2) Wilfried E.E. Eberhardt, Alan Mitchell, John Crowley et al.

3) Ramón Rami- Porta.

Referências:

1) Journal of Thoracic Oncology, 2015 (published ahead of print) DOI: 10.1097/JTO.0000 000000000678

2) Journal of Thoracic Oncology, 2015 (published ahead of print) DOI:10.1097/JTO.0000 000000000673

3) 16th WCLC 2015. PLEN 02.02

Comentado por: Clarissa Baldotto

Médica Oncologista do Instituto Nacional de Câncer

Mestre em Oncologia Clínica

Diretora Médica de Cuidado Integrado do Grupo COI – RJ

O estadiamento do câncer descreve a extensão anatômica da doença em 3 componentes: T (tumor primário), N (status das metástases nodais) e M (status de metástases a órgãos distantes), e constitui um dos principais indicadores prognósticos de tumores sólidos. A classificação TNM vem sendo periodicamente revisada pela Union for International Cancer Control (UICC) e a American Joint Committee on Cancer (AJCC). Dentre os tumores sólidos, o câncer de pulmão tem um processo único de revisão, através da iniciativa da International Association for the Study on Lung Cancer (IASLC) de desenvolver propostas baseadas em seu próprio grande banco de dados internacional. Este projeto multidisciplinar foi chamado de “IASLC Lung Cancer Staging Project”, e já produziu a 7a edição do TNM, publicada em 2009.

Atualmente está em andamento a proposta da 8a edição do TNM de câncer de pulmão. Na recente Conferência Mundial de Câncer de Pulmão (16th WCLC 2015), assim como em publicações eletrônicas da Journal of Thoracic Oncology, foram apresentadas as principais modificações sugeridas. Para esta análise foram avaliados 94.708 casos, sendo 46.560 pacientes da Europa, 41.705 da Ásia, 4.660 da América do Norte, 1.593 da Austrália,e 190 da América do Sul. Esses dados são oriundos de 35 fontes em 16 países.

Os quadros abaixo resumem as principais modificações sugeridas, que devem vigorar a partir de 2016.

1) T (tumor primário): principalmente uma maior subdivisão pelo tamanho, a invasão de brônquio principal e a atelectasia excluídas da definição de T3 e a também exclusão de “invasão de pleura mediastinal” da classificação.

DESCRIÇÃO7a Edição8a Edição
< / = 1 cmT1aT1a
> 1 – 2 cmT1aT1b
>  2 – 3 cmT1bT1c
> 3 – 4 cmT2aT2a
> 4 – 5 cmT2aT2b
> 5 – 7 cmT2bT3
> 7 cmT3T4
Invasão brônquio < 2 cm da carinaT3T2
Atelectasia completa / parcialT3T2
Invasão de diafragmaT3T4
Invasão de pleura mediastinalT3

2) N (metástases nodais): subdivisão das categorias anteriores (7a edição), após a avaliação patológica.

DESCRIÇÃO8a Edição
Envolvimento de uma única estação nodal N1pN1a
Envolvimento de múltiplas estações nodais N1pN1b
Envolvimento de uma única estação nodal N2, sem envolvimento N1pN2a1
Envolvimento de uma única estação nodal N2, com envolvimento N1pN2a2
Envolvimento de múltiplas estações nodais N2pN2b

3) M (metástases em órgãos distantes): subdivisão das categorias anteriores (7a edição), considerando doença oligometastática como uma subcategoria.

DESCRIÇÃO8a Edição
Metástases pleurais e pulmonaresM1a
Metástase única isolada em um órgãoM1b
Múltiplas metástases em um órgão ou em múltiplos órgãosM1c

Espera-se que essa nova classificação melhore ainda mais a avaliação dos desfechos clínicos e facilite decisões terapêuticas.