O câncer de pulmão é a neoplasia maligna mais letal do mundo, responsável por elevado número de mortes a cada ano. No entanto, existe uma esperança significativa no horizonte para que ocorra a redução da mortalidade: o diagnóstico precoce através do rastreamento. Neste artigo, abordaremos sobre a importância do rastreamento para o câncer de pulmão, como ele pode aumentar as taxas de sobrevivência e por que devemos considerar essa ferramenta vital na luta contra essa doença devastadora.

A importância do rastreamento para diagnóstico do câncer de pulmão

O câncer de pulmão é conhecido por ser muitas vezes diagnosticado em estágios avançados, o que torna o tratamento mais desafiador e reduz as chances de sobrevivência. Infelizmente, a falta de sintomas perceptíveis em seus estágios iniciais contribui para essa realidade preocupante. É por isso que o rastreamento é imprescindível.

Motivos para decidir pelo rastreamento

O rastreamento para o câncer de pulmão envolve o uso de exames de imagem, geralmente tomografia computadorizada de baixa dose (TCBD), para detectar nódulos ou massas nos pulmões em estágios iniciais. Todavia, essa técnica é voltada para pessoas com maior risco de desenvolver câncer de pulmão, como fumantes ou ex-fumantes de longa data.

Nesse sentido, o rastreamento detecta lesões pulmonares suspeitas antes que elas causem sintomas visíveis. Quando diagnosticamos o câncer em estágios iniciais, as opções de tratamento se tornam mais eficazes, o que reduz as taxas de mortalidade e aumenta as chances de um tratamento bem-sucedido.

Saiba mais: O papel da radioterapia no tratamento do câncer de pulmão

Quando detectamos o câncer precocemente, podemos recorrer a tratamentos com maior potencial de cura, como cirurgia, e reduzir a necessidade de tratamentos complementares, como quimioterapia e radioterapia. Dessa forma, a detecção precoce pode economizar recursos, pois o tratamento em estágios iniciais é geralmente menos dispendioso do que em mais avançados.

Quem deve considerar o rastreamento?

Embora o rastreamento seja uma alternativa poderosa, não o recomendamos para todos. De acordo com as sugestões em diretrizes internacionais, sugerimos apenas nos seguintes cenários:

  1. Pacientes a partir dos 50 anos com carga tabágica* de pelo menos 20 anos-maço.
  2. Tabagistas ativos ou ex-tabagistas que interromperam o tabagismo há menos de 15 anos.

*Para calcular a carga tabágica multiplica-se o número de anos em que o paciente fumou pelo número de maços fumados por dia. O produto desta multiplicação é um número absoluto que chamamos de anos-maço. Números maiores ou iguais a 20 indicam risco mais alto, portanto, indicam rastreamento.

Em síntese, o rastreamento para o câncer de pulmão representa um instrumento crucial na luta contra essa doença devastadora. Por isso, descobrir antecipadamente por meio de exames de imagem pode contribuir com as taxas de sobrevivência, permitindo tratamentos mais eficazes. É essencial que indivíduos com fatores de risco, como fumantes e ex-fumantes de longa data, considerem o rastreamento como uma medida preventiva. Ao fazer isso, podemos caminhar na direção da redução das taxas de mortalidade associadas ao câncer de pulmão e, assim, garantir um futuro mais saudável para todos.