NEJM 2016;375:1524-31 (estudo PESIT)

Os autores do artigo consideram que a prevalência de TEP em pacientes hospitalizados com sincope na literatura é pouco explorada, e que TEP é raramente considerado como causa de síncope na prática clínica.

Estabeleceram um estudo descrito como transversal que visa determinar a prevalência de TEP em pacientes > 18 anos, hospitalizados com primeiro episódio de síncope. Envolveu 11 hospitais generalistas, critérios de exclusão se síncope recorrente, em uso de AC ou grávida.

Todos foram submetidos à investigação clínica para possíveis causa de síncope, além de ECG, RXT, hemogasometria, bioquímica de rotina e D-Dímero. Testes mais específicos como Tilt, ecocardiograma, Holter, apenas se justificável.

Diagnóstico de TEP foi baseado no resultado da probabilidade clínica pré-teste seguindo o Wells score (que define TEP provável se > 4 pontos ou improvável se < 4 pontos) e no D-Dímero. Os definidos como improváveis e D-Dímero negativo foram ditos como sem TEP. Nos definidos como “prováveis”, D-Dímero positivo ou ambos foram encaminhados a angio-TC ou cintilografia V/Q.

Dos 560 paciente restantes após os critérios de exclusão, >75% eram > 75 anos. TEP foi excluído em 330 dos 560 (58.9%). Dos 230 restantes, 135 (58.7%) tiveram apenas o D-Dímero positivo e em 92 (40%) tiveram ambos os teste positivos. A prevalência de TEP nesta cohort total foi de 17.3%. TEP foi identificado em 52 de 205 pacientes nos quais síncope foi de causa indeterminada e em 45 de 355 que tinham uma explicação alternativa potencial.

De 72 pacientes com TEP pela angio-TC, 41% tiveram trombo encontrados na artéria principal e 18 (25%) nas artérias lobares. Dos submetidos a V/Q, 12 de 24 pacientes tinham mais de 25% da área pulmonar com defeito de perfusão.

No grupo com TEP, taquicardia (45.4% x 7.1%), hipotensão (36.1% x 22.9%), sinais clínicos de TVP (40.2% x 4.5%) e câncer ativo (19.6% x 9.9%), foram mais frequentes. Dos 97 diagnosticados com TEP, 24 (24.7%) não tiveram manifestações clínicas da doença.

Eles concluem que entre pacientes hospitalizados com primeiro episódio de síncope, TEP foi encontrado em 17.3% (1/6 da população total estudada).