“Ministério da Saúde adverte: fumar é prejudicial à saúde”. A chamada, que já é conhecida por muita gente, fez parte do aviso inaugural impresso em embalagens de cigarros nos anos 80. No entanto, para quem fuma, a afirmativa parece não impactar tanto na saúde e nem mesmo no bolso, ainda que diante do investimento financeiro aplicado pelo fumante. Para entender esse comportamento, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) traçou o perfil de consumo do tabaco pelos brasileiros e descobriu que, amantes do cigarro, reservam cerca de 8% da renda familiar per capita, ou seja, de cada pessoa, especialmente para a compra de cigarros industrializados. Neste artigo, você conhecerá sobre os impactos do tabagismo no orçamento dos brasileiros.

Fumantes investem até 10% da renda mensal em cigarro

Nesse sentido, a despesa pode chegar a 10% da renda entre fumantes com idade compreendida entre 15 e 24 anos, alcançando 11% dos consumidores com ensino fundamental incompleto. Essa estatística foi divulgada pelo INCA durante o lançamento da campanha “Precisamos de comida, não tabaco”, realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Por isso, entender os impactos causados pelo tabagismo no orçamento dos brasileiros é fundamental para avaliar os diferentes tipos de consumidor.

Um dos autores do estudo, realizado pela Divisão de Pesquisa Populacional do INCA, o médico André Szklo, sugere que pessoas com escolaridade mais baixa, residentes em estados em que a renda média é inferior, o gasto com cigarro acaba tendo uma contribuição relativa maior. Um exemplo significativo desse cenário está no Norte e Nordeste, onde a renda média é menor, quando comparada ao Sudeste e Sul do país. Por gênero, o percentual pode chegar a 8% para o público masculino e 7% para as mulheres.

Como o tabagismo afeta o orçamento dos brasileiros

De acordo com dados apurados pelo estudo, as regiões Norte e Nordeste concentram os maiores gastos com o tabagismo, sendo o Acre o estado com o maior comprometimento de renda (14%), seguido por Alagoas (12%), Ceará, Pará e Tocantins (11% cada).

Em contrapartida, as regiões Sul, Paraná e Rio Grande do Sul revelaram 8% de gastos com cigarros, enquanto Santa Catarina, 7%. No Sudeste, especialmente no Rio de Janeiro e em Minas Gerais a despesa gira em torno também de 8%. Já São Paulo e Espírito Santo correspondem a 7%. No ranking de comprometimento de renda, os menores índices surgem na Região Centro-Oeste, com Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal apresentando 6% cada. Mato Grosso e Goiás ficam com 9% individualmente.

Na perspectiva de Szklo, portanto, essa contribuição é proveniente de duas variáveis: quanto a pessoa gasta em média, mensalmente, com o cigarro, e o rendimento médio dos domicílios dos estados onde existe um morador fumante, compreendendo a particularidade, o poder aquisitivo de cada região, avaliando a renda per capita de cada estado proporcionalmente ao que o consumidor separa de sua renda no mês para sustentar o uso da nicotina.

Na ótica de Szklo, a maioria dos fumantes não encontra dificuldade de compra do cigarro em função do preço atrativo praticado no Brasil. Essa facilidade de compra, contudo, eleva a dependência do usuário em continuar fumando, principalmente adolescentes e jovens, que recebem pílulas de incentivo para começar a fumar em detrimento do preço muito baixo.

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Transforme gastos com o cigarro em hábitos saudáveis

Em outras palavras, o pesquisador sinaliza que o gasto com cigarro afeta a renda domiciliar, quando poderia ser aproveitada de outra maneira, a exemplo do investimento em uma alimentação mais saudável, em atividades físicas, esportivas, contribuindo na prevenção de muitas doenças, que podem ser evitadas com a ausência do tabaco.

Em síntese, ele acredita que elevar as alíquotas que incidem sobre os produtos finais do tabaco, impactando consequentemente sobre o preço final deste item, seja a alternativa mais prática de saúde pública e controle do cigarro, reduzindo, assim, a motivação para muitas pessoas iniciarem ou permanecerem fumando.

Fumar é um péssimo negócio para a sua saúde e seu orçamento. Por isso, o GBOT lhe convida a recomeçar a vida com novas decisões para viver bem e ainda mais feliz:

  1. Risque o cigarro de sua rotina;
  2. Fuja dos atrativos que levam você a fumar;
  3. Pratique exercícios físicos;
  4. Tenha uma alimentação saudável;
  5. Peça ajuda médica e busque o tratamento adequado para deixar o cigarro.

Fonte: com informações adaptadas do Instituto Nacional do Câncer