Impacto da desigualdade na sobrevivência ao câncer em mulheres
- Redação GBOT
- 8 de novembro de 2023
A incidência de câncer em mulheres tem aumentado nas últimas décadas, e o acesso ao diagnóstico precoce e tratamento é fundamental para aumentar as chances de cura. No entanto, a desigualdade de gênero desempenha um papel significativo na forma como as mulheres enfrentam a doença e suas perspectivas de sobrevivência. Neste artigo, exploraremos como a desigualdade afeta o diagnóstico e tratamento do câncer em mulheres e quais medidas podem ser tomadas para enfrentar esse desafio.
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Acesso ao diagnóstico do câncer em mulheres
O acesso ao diagnóstico precoce é determinante para o tratamento bem-sucedido do câncer. Infelizmente, a desigualdade de gênero muitas vezes se traduz em disparidades no acesso a serviços de saúde. Todavia, mulheres em áreas rurais ou de baixa renda têm menos probabilidade de realizar exames de detecção de câncer, como mamografias e exames preventivos (o “Papanicolaou”). Os exames para rastreamento de outras neoplasias, como colonoscopia para câncer de intestino e tomografias para câncer de pulmão também são de difícil acesso. Além disso, as mulheres frequentemente enfrentam barreiras culturais e sociais que as desencorajam a procurar ajuda médica a tempo. Essa falta de acesso ao diagnóstico precoce resulta em identificar a doença em estágios mais avançados, o que reduz consideravelmente as chances de cura.
Desigualdade no tratamento afeta sobrevivência ao câncer em mulheres
Mesmo quando as mulheres conseguem acessar tratamento para o câncer, a desigualdade pode persistir. A qualidade do tratamento, a disponibilidade de medicamentos e a acessibilidade financeira são questões críticas. Mulheres com menor poder aquisitivo muitas vezes enfrentam dificuldades para arcar com os custos do tratamento, incluindo medicamentos caros e despesas hospitalares. Além disso, as disparidades de gênero também podem se manifestar na forma como os profissionais de saúde tratam as pacientes. Estudos mostram que mulheres podem receber menos atenção médica e tratamento inadequado em comparação com os homens.
Desigualdade social e cultural
A desigualdade de gênero no contexto cultural e social também influencia as chances de cura do câncer em mulheres. Contudo, normas de gênero rígidas podem influenciar o comportamento do público feminino em relação à saúde. Por exemplo, a pressão para cuidar da família e das tarefas domésticas muitas vezes as impede de buscar tratamento. Além disso, em algumas culturas, a discussão aberta sobre questões de saúde íntima, como câncer de mama, é tabu, o que dificulta o acesso a informações.
Medidas para enfrentar a desigualdade
Para melhorar as chances de cura do câncer em mulheres e combater a desigualdade, várias medidas podem ser adotadas:
1. Conscientização: educar as mulheres sobre a importância do diagnóstico precoce e do tratamento é fundamental. Campanhas de conscientização podem desafiar estereótipos de gênero e fornecer informações sobre a gravidade do câncer, sobretudo, quando não detecta previamente e nem trata de maneira adequada.
2. Acesso igualitário: políticas de saúde devem garantir o acesso igualitário a serviços de saúde, independentemente do gênero, renda ou local de residência.
3. Apoio psicológico: oferecer apoio psicológico e emocional para mulheres nessa condição é essencial. Grupos de apoio podem fornecer um espaço seguro para compartilhar experiências e superar o estigma.
4. Treinamento de profissionais de saúde: é importante fornecer treinamento em saúde de gênero para os profissionais de saúde, a fim de garantir que as mulheres recebam tratamento adequado e respeitoso.
5. Pesquisa e monitoramento: coletar dados desagregados por gênero é fundamental para identificar disparidades e implementar medidas eficazes.
Em suma, superar essa desigualdade requer esforços coordenados em várias frentes, desde o acesso igualitário à saúde até a mudança de normas culturais. Somente através de uma abordagem direcionada e multifacetada podemos melhorar as perspectivas de sobrevivência das mulheres que enfrentam essa doença devastadora.