Um estudo multicêntrico fase 3, que envolveu 42 centros europeus (Holanda, UK, Noruega, Bélgica), apresentado na American Society for Radiation Oncology (ASTRO) 56th Annual Meeting e publicado online em 14 de Setembro no Lancet, mostrou que pacientes com câncer de pulmão pequenas células (CPC) teve aumento da sobrevida a longo prazo quando a radioterapia (RT) era adicionada ao tratamento standard.

A radioterapia torácica deve ser considerada para pacientes com CPC extensa que responderam à quimioterapia, segundo o autor, Dr Ben Slotman, da University Medical Center, Amsterdam, Holanda.

Em 2 anos, a taxa de sobrevida global foi de 13% no grupo que recebeu radioterapia torácica vs 3% comparado àqueles que não receberam (p=.004). A progressão intratorácica ocorreu em 43,7% no grupo da RT vs 80% no grupo controle. A sobrevida livre de doença foi significativamente melhor no grupo da RT (24% vs 7%, p=.001). O follow-up mediano foi de 24 meses.

Todos os 495 participantes foram tratados primeiramente com QT (platina e etoposide) e responderam. Posteriormente, todos foram submetidos a irradiação craniana profilática.

A RT foi realizada com acelerador linear, com dose de 30Gy em 10 frações, com técnica convencional ou 3D conformacional, após 6 a 7 semanas da QT, com baixo custo e acessível para a maioria dos serviços de radioterapia. O tratamento foi bem tolerado, a maioria dos
efeitos tóxicos maior ou igual a grau 3 no grupo da RT vs controle foram fadiga (4,5% vs 3,2%) e dispnéia (1,2% vs 1,6%).
Entretanto, essa conduta pode não ser aplicada para todos os casos, como por exemplo, para quem apresentou um grande volume de metástase hepática e mínima doença intratorácica, segundo Dr Meerbeeck, da Ghent and Antwrep University, na Bélgica Das 5 NÃO recomendações da 56th com CPNPC ressecados, com margem negativa, N0-1. ASTRO, uma delas foi a de não indicar RT para pacientes De acordo com os 5 anos do RTOG 0236, não houve aumento significativo da toxicidade tardia da RT estereotáxica corporal (SBRT) usada no CNPC iniciais inoperáveis. Essa é a primeira mudança significativa neste perfil de pacientes, em 50 anos, segundo o autor Robert Timmerman, MD, da University of Texas Southwestern Medical Center, em Dallas.

O estudo fase 2, de braço único, com 59 pacientes teve uma SG 5 anos de 40% e recorrência do tumor primário de 7%, que é muito baixo e comparável à cirurgia. A SG 5a é razoável, mas diminuiu quando comparado aos 3 anos (55%), em parte por causa das comorbidades desses pacientes. Notadamente, a toxicidade severa permanece estável em 5 anos. Houve 2 toxicidades grau 4, que foi o mesmo número reportado em 3 anos e 15 toxicidade grau 3, que foram apenas 2 do estudo inicial. “Não vimos aquelas toxicidades horríveis a longo prazo”, segundo Dr Timmerman. Porém, a falência locorregional aumentou (38% em 5 anos vs 13% em 3 anos), sendo a maioria no lobo envolvido. Mas também houve recorrência no hilo e mediastino, provavelmente por causa das micrometástases do lobo acometido, fora da área de tratamento.

O estudo envolveu CPNPC EC iniciais (T1-2N0M0), entre maio de 2004 e outubro de 2006. O diagnóstico foi baseado em biópsia. Os pacientes foram inclusos apenas se inoperáveis.
O seguimento foi de 4 anos global e 7.2 anos para os sobreviventes. Quarenta e quatro pacientes eram T1 e 11 eram T2. A mediana de idade foi de 72 anos e 88% eram ECOG 0 ou 1 e a dose de 18Gy em 3 frações, foi considerada a “forma mais potente da SBRT”, segundo Dr Timmerman.